"A velocidade de mudança tecnológica está mudando a nossa vida. Não é tanto uma revolução. É mais uma extensão de nossa relação com o tempo presente."

sábado, 6 de agosto de 2011

O SEU CORPO - Essa casa onde você não mora!

     

Neste instante, esteja onde você estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.

“Se as paredes ouvissem...”

Na casa que é o seu corpo, elas ouvem. As paredes que ouviram e nada esqueceram são os músculos. Na rigidez, crispação, fraqueza e dores dos músculos das costas, pescoço, diafragma, coração e também do rosto e do sexo, está escrita toda a sua história, do nascimento até hoje.
Sem perceber, desde os primeiros meses de vida, você reagiu a pressões familiares, sociais e morais.


“Ande assim. Não se mexa. Tire a mão daí. Fique quieto. Faça alguma coisa. Vá depressa."


Onde vai você com tanta pressa?

 Atrapalhado, você dobrou-se como pode. Para conformar-se, você se deformou. Seu corpo de verdade – harmonioso, dinâmico e feliz por natureza foi sendo substituído por um corpo estranho que você aceita com dificuldade, que no fundo você rejeita.

Ser é nascer continuamente. Mas quantos se deixam morrer pouco a pouco, enquanto vão se integrando perfeitamente às estruturas da vida contemporânea, até perderem a vida, pois se perdem de vista?

Nosso corpo somos nós. Somos o que parecemos ser. Nosso modo de parecer é nosso modo de ser. Mas não queremos admiti-lo. Não temos coragem de nos olhar. Aliás, não sabemos como fazer. Confundimos o visível com o superficial. Só nos interessamos pelo que podemos ver. Chegamos a desprezar o corpo e aqueles que se interessam por seus corpos. Sem nos determos sobre nossa forma – nosso corpo- apressamo-nos a interpretar nosso conteúdo, estruturas psicológicas, históricas. Passamos a vida fazendo malabarismos com palavras, para que elas não revelem as razões de nosso comportamento. E que tal se, através de nossas sensações, procurássemos as razões do próprio corpo?

O trabalho corporal tem por finalidade não que você escape a seu corpo, mas sim que seu corpo não continue a escapar-lhe, junto com a vida.

Você poderá deixar cair máscaras, disfarces, poses, o “faz-de-conta”, e passar a ser, a ter coragem de ser autêntico.

Em qualquer idade, você pode livrar-se das pressões que cercam sua vida interior e seu comportamento corporal, conseguindo perceber o ser belo, bem feito, autêntico, que você deve ser.

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